Analisando esse momento de crise econômica, principalmente em cidades de pequeno porte como Altaneira, a fala não é somente de uma crise financeira, mas abrange as áreas politica e moral. Grande parte das pessoas vê no termo crise, apenas como um adjetivo que nos trás a ideia de algo pejorativo, assim, por outro lado, tem pessoas que olham para essa expressão e percebem o combustível para uma oportunidade de empreender. Trazendo para a nossa realidade geográfica, mais que nunca, passa a ser necessários para os pequenos empreendedores uma teoria da Administração e Economia chamada de Teoria do Desenvolvimento Keysiana, ideia esta que tem por base a intervenção estatal na econômica, principalmente onde a iniciativa privada não tem a capacidade ou mesmo não desejar atuar.
Todos que de alguma forma, conhece o modo de administrar o bem público, sabem que o grande financiador econômico dos pequenos município, esta diretamente vinculada ao FPM – Fundo de Participação dos Municípios, e assim, a dependência dos cidadãos do governo municipal, onde as primícias dos recursos inseridos na econômica local vêm do funcionalismo público, seguido pelos benefícios assistenciais (Aposentadorias, Pensões, Benefícios de prestação continuada e Bolsa Família). Por outro lado, ao compreender esses pequenos municípios, percebe-se que pela ausência de conhecimento, existem poucos comércios regularizados e menos ainda, habilitados para vender ao governo, como também a pratica de montagem de preços de produtos e serviços, que com isso, faz que grande parte dos recursos, sejam levados para os grandes centros (Juazeiro e Crato), deixando os pequenos comerciantes do município apenas com o que sobra.
Em Altaneira, historicamente, a situação mais comum é a estagnação da capacidade de empreender, pois os pequenos comerciantes e microempreendedores tem hipossuficiência econômica com relação a administração municipal e de conhecimento no que tange ao acesso as informações, formação mais específica no aspecto gerencial, financeiro, contábil e principalmente venda para órgãos públicos. Nesta ideia, a montagem do “Espaço do Empreendedor”, seria uma grande saída para o enfrentamento do catastrófico momento que passamos em todas as esferas sociais, onde a prefeitura ofereceria uma consultoria de apoio ao comerciantes do município, para esses entenderem como se da um processo licitatório, contratos, compras, vendas e aspectos legais da Administração Pública.
Com isso, chegamos ao obvio, se de um lado, o pequeno comerciante perde de vender para a prefeitura, do outro, Altaneira perde de deixar o recurso circular na cidade, mas esse não seria o único problema, a arrecadação municipal deixa de recolher esses impostos, e assim, há a continuidade degradativa da situação econômica do município e dos seus pequenos empreendedores. Nesse sentido, tornou-se fácil recitar a frase de que “pequenos comércios fecham por falta de organização e planejamento”, mas, para que aconteça planejamento, há a necessidade primordial de acesso à informação, tanto de gestão, como também jurídica e contábil, assim, poderíamos ter dentro do município um fluxo de capital mais sólido e de certa forma, uma ajuda real para sairmos desse momento tão difícil para todos.
Texto enviado ao administrador anonimamente.
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| Foto: Altaneira 60 Anos - Arquivo deste blog |
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